sexta-feira, 21 de outubro de 2016

João de Páscoa: um índio Pankararu.

https://grupos.moodle.ufsc.br/pluginfile.php/1704/mod_resource/content/0/modulo4/mod4_unidade1_texto3.pdf



Índio Pankararu, João de Páscoa é um personagem com uma história marcada por momentos de superação, submissão ao trabalho de caráter exploratório e a limitada aceitação dos seus costumes. Entre vários acontecimentos, teve de conviver com grupos de diferentes hábitos e longe dos familiares.

Fui batizado na igrejinha de Geripancó, e já tinha lá índio daqui, que os índios ia trabalhar e ficava por ali, constituía família e, então, formou outra tribo. É onde deu origem à tribo dos Geripancó.”

“Nós descemos de Palmeira dos Índios e fomos ajudar a erguer a aldeia dos Xucurus, isso foi na época de 1932. Eu fiquei lá e me criei com os índios de lá, no ritual deles. A gente dançava,fumava, todo mundo tinha que levar uma lembrança lá toda semana; um comprava fumo, outro comprava rapadura, tudo assim, pra pedir pros encantos virem a terra. A meninada toda saía pra feira da cidade pra ganhar frete daquelas mulheres que faziam feira. Iam com o balaio na cabeça e ganhavam 200 réis, 300 réis”

“Aí depois eu fiquei adulto, trabalhei e depois que já tinha duas filhas, aí eu fui agenciado pra ir pra São Paulo cortar lenha no machado. E eu fui pra lá e ela (aponta para a esposa) ficou aí. Passei um ano, depois era pra vim e não vim. Passei outro ano lá mesmo, aí quando eu vim já trouxe um bocado de coisa, era relógio, era aquelas cobertas berrantes, aquela vitrolinha de mão, aí melhorou. depois o dinheiro acabou e escrevi para São Paulo de novo. Aí os portugueses da Light me mandaram que eu fosse, aí eu fui e dessa vez passei 17 anos.”


Uma vida marcada por desencontros... João de Páscoa não teve respeitada a sua vontade de viver conforme desejava.  Ainda assim, teve méritos em manter a sua dignidade e seus costumes, independentemente dos acontecimentos que nortearam a sua trajetória. 
Em uma época que muitos não tinham esclarecimentos dos direitos, João de Páscoa teve sua origem questionada. Na prática, ainda hoje, ouvimos relatos discriminatórios por não termos entendimento de que índios podem fazer uso de relógios, computador, celular e roupas modernas, sem deixarem de continuar com suas origens étnicas.
Além disso, muitos índios migram para as capitais em busca de estudos, retornando posteriormente. Essa condição permite eliminar barreiras e dimensionar informações em via dupla, visto que, aprendem a utilizar recursos e ensinam a sua cultura aos demais povos.
O preconceito ao índio não tem o menor sentido de existir... Somos todos iguais.

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